Germinar na Bio Brazil Fair

domingo, 10 de janeiro de 2010

MURUMURU (MURU-MURU_ (Astrocaryum murumurú, Arecaceae)

Luiz Roberto Morais

ÉPOCA DE COLHEITA
Baixa Estação: janeiro e maio
Alta estação: fevereiro, março e abril
Entresafra: junho a dezembro

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS E COMPOSIÇÃO GRAXA
A manteiga de murumuru é uma gordura in natura, rica em ácidos láurico, mirístico e oléico. O fruto contém uma gordura branca, inodora e sem gosto especial com a vantagem de não rançar facilmente, pois é rica em ácidos graxos saturados de cadeia curta como os ácidos láurico e mirístico. A qualidade desta gordura, não é muito diferente da gordura da amêndoa do tucumã, do dendê e do coco, porém ela tem a vantagem de apresentar maior consistência por causa de seu ponto de fusão (32,5ºC), que é superior á do dendê (25ºC) e do coco (22,7ºC). A qualidade desse óleo possibilita a mistura com outras gorduras vegetais que derretem a temperatura mais baixa. Ela pode também entrar no preparo de um substituto parcial da manteiga de cacau, na fabricação do chocolate proporcionando ao chocolate uma consistência mais firme em locais com temperatura mais elevada.
A gordura do murumuru tem a grande vantagem de possuir baixa acidez (4 a 5 %), especialmente quando preparada com amêndoas frescas, o que diminui os custos de refinamento.
O uso do óleo de murumuru traz inúmeras vantagens para a pele e os cabelos. A manteiga de murumuru é altamente nutritiva, emoliente e hidratante ao cabelo e possibilita a recuperação da umidade e elasticidade natural da pele. A manteiga do murumuru é utilizada em pequenas proporções em xampus (0,5% até 1%) e em formulações de condicionadores, cremes e loções hidratantes, sabonetes, batons e desodorantes (0,5% até 8%).

ECOLOGIA
A palmeira murumuru (Astrocaryum murumuru) é abundante na região amazônica brasiliera estendendo-se até a fronteira com a Bolívia e Peru. Ela cresce de preferência em áreas periodicamente alagadas, especialmente nas ilhas e terrenos baixos a beira dos rios, em todo o estuário do Rio Amazonas e seus afluentes, em formações florestais densas ou semi-abertas. É também encontrado com freqüência nas terras de várzea da Ilha de Marajó. O tronco, as folhas e o cacho de frutas são recobertos de espinhos de cor preta, são duros, resistentes e no tronco podem alcançar mais de 20 cm de comprimento, o que torna penosa a colheita deste fruto.
Quando o fruto está maduro, o cacho cai inteiro ao chão. O fruto é coberto por uma polpa amarela, que é bastante apreciada como alimento pelos animais roedores, que deixa o caroço limpo. O caroço contém uma casca lenhosa e somente em estado seco é possível de separar a casca da amêndoa. Em geral, 100 kg de caroços secos (12 – 15% de umidade) rendem entre 27 a 29 kg de amêndoas, que devem ser submetidas a um processo de secagem para alcançar 5 a 6% de umidade para evitar a deterioração durante o armazenamento. Da amêndoa podem ser obtidos 40 a 42 % de óleo. Um pé de murumuru produz cerca de 11 kg de caroço seco e através de extração hidráulica o rendimento de óleo pode chegar até 35% do peso seco da amêndoa, equivalendo a cerca de 3,8 ltr por pé de murumuru. Antes da extração hidráulica, devido à dureza das sementes, haveria a necessidade de moagem preliminar, realizada através do uso de moinhos de discos, fortes e resistentes.
Um quilograma de frutos despolpados contém aproximadamente 50 caroços. A germinação das sementes é moderada e o crescimento no campo é lento.

REFERÊNCIAS UTILIZADAS
PESCE, C.: Oleaginosas da Amazônia, 1941, Oficinas Gráficas da Revista Veterinária, Belém/PA
MORAIS, L. R. Banco de Dados Sobre Espécies Oleaginosas da Amazônia, não-publicado
PINTO, G.P.; Características físico-químicas e outras informações sobre as principais oleaginosas do Brasil. Recife: Instituto de Pesquisas e Experimentação Agropecuárias do Nordeste, Boletim Técnico18, 1963.
http://www.amazonoil.com.br

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