Egoísmo de veraneio

A praia seria o lugar mais democrático do mundo se não fosse freqüentada por certos tipos meio mesquinhos e de costumes pouco higiênicos. Dependendo do tempo, principalmente pegando um sol e o ócio que desperta uma preguiça quase contagiante, talvez dê para imaginar como é a casa de alguém que freqüenta uma praia.
Obviamente que uma parte passa totalmente despercebida. Senta ou estende a toalha e fica lendo ou não. Vira de um lado, vira do outro.
Bom, mas o importante é escrever de qual casa não gostaria de imaginar. É a do(a) “sujo(a)”. E como tem!

O egoísmo é cego e burro
Fuma e joga o cigarro na areia ou no ar. Melhor: arremessa e que caia onde cair. Com a garrafa d’água, a lata de cerveja, o isopor que quebrou, vidros quebrados, os saquinhos dos salgadinhos que comeu. Tudo vai para a água ou fica na areia.
E tem algumas coisinhas a mais: absorvente higiênico, camisinha. Alguns em estados nojentos demais para descrever.
E alguns pais. Trocam as fraldas dos bebês, em plena luz do dia, na praia. Há quem guarde aquele aroma todo em um saquinho. Mas o saquinho fica. Há quem jogue no mar. Deve imaginar: é algodão, então vai absorver. Em todo caso, o bumbum da criança e toda aquela melecada é lavado e levado para o mar.
Há também quem despeje seu dejeto para o mar. Quando alguém faz isso, não deve estar pensando se alguém está mergulhando ou boiando. O que a pessoa fez, com certeza, estará boiando.
Então, fico imaginando que a casa deve ser o lixo que ela deixou na praia. Panelas, copos, pratos; o estado da pia, do fogão, do chão, das cortinas se tiver. Imundos.
O pior disto é que não tem como a gente dar a descarga em uma pessoa assim.
Senhoras e senhores prefeitos eleitos. Façam uma campanha urgente para salvar cada praia de pessoas inescrupulosas assim.Vai ser ótimo para quem freqüenta. Os peixes, frutos do mar e a natureza vão agradecer. Vai ser excelente para promover o turismo e, principalmente, para ajudar a educar os turistas e nativos tão desprovidos de inteligência coletiva.